o·cu·par
(latim
occupo, -are)
verbo
transitivo
1.
Tomar
ou estar na posse de. 2.
Exercer
o controlo sobre determinado espaço. 3.
Não
deixar que outrem utilize algo; tomar para si sem partilhar (ex.:
ocupar a casa de banho; não quero ocupar o seu tempo). ≠
DESOCUPAR,
LIBERTAR 4.
Preencher
um espaço ou um território. = ENCHER
5.
Estar
instalado em determinado lugar. = HABITAR,
INSTALAR-SE, MORAR
≠ DESOCUPAR
6.
Instalar-se
em casa ou terreno sem autorização do proprietário. ≠ DESOCUPAR
7.
Exercer,
desempenhar. 8.
Atribuir
tarefas ou dar ocupação a. 9.
Embaraçar,
estorvar. 10.
Ser
objecto de. 11.
Pejar.
12.
Tornar-se
grávida.
13.
Ter
como assunto. = DEDICAR-SE,
TRATAR 14.
Tomar
a seu cargo. = CUIDAR,
TRATAR, VELAR, ZELAR 15.
Entreter-se.
16.
Empregar-se.
É
de extrema importância que o meio seja em algum aspecto, se não em
quantos puder, resultante da ação
direta de
quem ocupa. O espaço da lugar ao assim dito “lugar” pela ação
que pode ser estética, construção com narrativas, imaginários,
histórias, transformações, reformas, concertos, adequações,
afetos, etc. Ele significa a própria atividade exercida nele e isso
o sustenta enquanto objeto transformado e de transformação diante
do sujeito passivo e ativo (7.
Exercer,
desempenhar. 14.
Tomar
a seu cargo. = CUIDAR,
TRATAR, VELAR, ZELAR ). Os
corpos que ocupam, nesse caso, o fazem com a propriedade de seu
próprio trabalho, ou seja, com suas ferramentas, mãos, e estão
sujeitos a resistência que o espaço tem para ser transformado, as
limitações materiais, improvisos, soluções imediatas. O autor é
o fazedor, que pode ser traduzido: poeta – 15.
Entreter-se.
É
claro, também há a ação indireta de ocupar e talvez ocupar nesse
caso já seja por outro viés da definição. Ocupar de maneira
acéptica, quando outros corpos são instrumentos de organização do
espaço, onde a regra está dada, já que a estrutura de pensar o e
agir no espaço é verticalizada. Se existe um projeto anterior, que
pode ou não ser traçado por uma experiência com o espaço, se o
sujeito da ação sobre o espaço tem uma demanda ou objetivo
anterior ele, a relação orgânica com o espaço deixa de acontecer
em confluência com o sujeito que a propõem (2.
Exercer o
controle sobre determinado espaço / 8.
Atribuir
tarefas ou dar ocupação ª). Esse espaço significa
apenas uma grande extensão de anseios anteriores, exemplo: uma
“moradia popular”, o anseio do arquiteto enquanto concepção; da
empreiteira enquanto viabilidade/lucro; do mercado, enquanto produto
que atende uma demanda; da política pública, enquanto demanda
social e demanda imobiliária. Ou talvez, uma instalação artística,
projetada por um sujeito, executada por outros, com resultado a ser
friamente experienciado pelo público (3.
Não deixar
que outrem utilize algo;)
Não
deixar que outrem utilize algo. Eis a função dos proprietários,
exercida de diversas maneiras, na medida em que controlam a produção
do espaço que pode ser física, simbólica, ambas ou nenhuma das
duas. Seguranças, polícia, manutenção, muros, ultilização
comercial e papéis são ferramentas de manter “ocupado” no
sentido de não deixar que outro de fato ocupe.
O
abandono do lugar o leva de novo à condição de espaço, como se
chamasse à intervenção. Nessa equação o tempo de desuso
empodera-o de autonomia como objeto significante em relação ao
ocupante ou sujeito significador, passivo ante ruínas ou
verificáveis períodos de tempo gravitando.
6. Instalar-se em casa ou terreno sem autorização do proprietário. ≠ DESOCUPAR
6. Instalar-se em casa ou terreno sem autorização do proprietário. ≠ DESOCUPAR
(Gabriel Marcondes, Artista plástico e integrante do Coletivo Território B.)
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